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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Rentrée televisiva pouco ousada



Uma vez inaugurado o mês de Setembro, com ele arranca mais uma temporada televisiva convencionada pelo termo rentrée. E se 2011 não constitui excepção à regra, com novidades anunciadas para breve nas várias ofertas generalistas, “olhando as grelhas dos três canais que operam em sinal aberto, não se encontram traços de inovação. Em tempo de crise, nenhum ousou arriscar. Fazem mal”. Quem o afirma é Felisbela Lopes, docente da Universidade do Minho e especialista na área dos media.

Vejamos, então, o que aí vem. A RTP1 fará arrancar o formato de entretenimento A Voz de Portugal, com apresentação a cargo de Catarina Furtado. Quem Quer Ser Milionário Alta Pressão, conduzido por José Carlos Malato, dará lugar ao concurso O Elo Mais Fraco. A Fremantle Media será a produtora da nova versão do formato, sendo que ainda não há um apresentador definido. Velhos Amigos e Os Compadres constituem as séries de ficção nacional, asseguradas pela SP Televisão, que passarão a integrar a oferta do canal.

Por seu turno, a SIC prepara a segunda época de Peso Pesado, também produzido pela Fremantle Media. Rosa Fogo é a novela portuguesa que se segue naquela antena, após Laços de Sangue.

Já na TVI, está anunciado o regresso de Teresa Guilherme à antena com a segunda temporada de Secret Story – A Casa dos Segredos. Relativamente à ficção nacional da TVI, Doce Tentação (título provisório), da autoria de Sandra Santos, é a única estreia por enquanto agendada.

Felisbela Lopes olha com preocupação para a hegemonia que os reality shows parecem estar a adquirir outra vez na televisão portuguesa. “Os reality shows não são um produto televisivo de qualidade. Antes estão ao serviço daquilo que convinha combater: o espectáculo da vida privada; o voyeurismo, a construção de pseudo-celebridades. Não seria possível conceber um panorama audiovisual sem eles, mas também não seria preciso saturar o espaço televisivo de horário nobre com este tipo de produto televisivo”, defende a docente universitária, que integra o grupo de trabalho que está a definir o conceito de serviço público de comunicação social. No entender de Felisbela Lopes, uma rentrée ideal “seria aquela em que cada estação fizesse valer a sua especificidade”, e o que se assiste “é a um panorama confrangedoramente simples de sintetizar: pouco inteligente na programação, inculto nos conteúdos, cada vez mais impopular nas audiências”, conclui.

O M&P ouviu ainda António Borga, presidente da Associação dos Produtores Independentes de Televisão (APIT), sobre esta matéria. A versão integral do texto encontra-se na edição desta semana do jornal.

Fonte: meiosepublicidade.pt

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