O segundo episódio de um documentário da BBC vai mostrar a morte de um homem com 84 anos. A escolha de filmar os últimos momentos de uma pessoa e mostrar na televisão pública está a gerar controvérsia nos media britânicos.
“Sei que há quem sinta que mostrar a morte humana na televisão é errado, qualquer que seja a circunstância”, disse Michael Mosley, apresentador do programa, citado pela BBC News. Apesar de compreender esta posição, o apresentador defendeu que é importante não evitar o tema da morte, e “quando nos é autorizado, mostrá-la”.
O homem, com o nome fictício de Gerald, morreu a 1 de Janeiro de 2011, devido a cancro e autorizou os produtores a filmarem a sua morte. “Conhecemos muitas pessoas maravilhosas durante a produção da série, mas Gerald foi especial. Tivemos o privilégio de partilhar, com a sua família, as suas últimas semanas e o seu último sopro”, disse Mosley.
Mas o director de campanha do grupo anti-eutanásia Care Not Killing, disse que não existe uma boa razão para mostrar a morte de uma pessoa. “Felicitaríamos a BBC por mostrar um filme sobre a morte natural, mas sentimos que esse momento da morte é algo muito privado e pessoal, que pode ser apresentado de uma forma sensível sem ser mostrado na televisão”, disse ao jornal britânico Telegraph.
Antes da morte, Gerald disse que esperava que o documentário ajudasse os outros. “Não quero morrer, mas é evidente que a não ser que aconteça um milagre não estarei por cá muito mais tempo.”
O episódio vai ser emitido dia 12 de Maio. O documentário em duas partes chama-se “Dentro do Corpo Humano”. Além deste momento, vai mostrar o momento da concepção de um ser humano, o nascimento.
A BBC filmou um homem sustenta a respiração durante dez minutos, outro que consegue mergulhar numa água tão fria que mataria qualquer pessoa e ainda uma mulher que durante dez anos só comeu batatas fritas de pacote.
A estação pública já esteve envolvida em outras situações polémicas relacionadas com o tema da morte. No início deste mês a estação foi acusada de ser a cheerleader do suicídio assistido, depois de filmar os últimos momentos de um homem na clínica Dignitas na Suíça. A filmagem vai para o ar no Verão.
Notícia publicada em publico.pt
