Centenas de milhares de pessoas celebram já euforicamente a renúncia do Presidente egípcio, pela qual há quase três semanas se manifestavam nas ruas de várias cidades, em especial na capital.
"O povo derrubou o regime", ouve-se na Praça Tahrir, no Cairo, onde a multidão saúda e festeja o facto de Mubarak renunciar ao poder.
Hosni Mubarak acabou por ceder à pressão das manifestações de rua, apesar de ainda ontem não ter transmitido essa intenção num comunicado feito ao país.
Nas últimas horas foram divulgadas informações que davam conta de que Mubarak, a sua mulher e os dois filhos tinham deixado o Cairo e tinha viajado para a sua residência na estância turística de Charm el-Cheikh, situada a cerca de 250 quilómetros da capitalEsta deslocação foi um primeiro sinal de que o Presidente egípcio poderia finalmente ceder às pressões internas e externas e abandonar a liderança, a seu cargo desde 1981.
Primeiras reacções
"Este é melhor dia da minha vida, o país foi libertado",afirmou hoje o opositor egípcio Mohamed ElBaradei após o anúncio da demissão do Presidente Hosni Mubarak.
ElBaradei, que falou à agência noticiosa norte-americana AP, disse esperar uma "bela transição".
"Dia histórico de mudança democrática"
O presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, saudou hoje a notícia da resignação do Presidente egípcio Hosni Mubarak, afirmando-se convicto de que se trata de "um dia histórico de mudança democrática pacífica e duradoura".
Apontando que apoia plenamente "as aspirações do povo egípcio", o presidente da assembleia advertiu que "este é apenas o início de um longo caminho para uma mudança dourada" e disse ser por isso "da maior importância estimar e proteger as flores da liberdade obtida".
O Parlamento Europeu foi a primeira instituição europeia a reagir ao recente anúncio do vice-presidente egípcio Omar Suleiman.
Mubarak "escutou a voz do povo"
A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, saudou a demissão de Hosni Mubarak, afirmando que o Presidente egípcio"escutou a voz do povo".
A Alta Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa e Segurança afirmou ainda, em comunicado, que a renúncia de Mubarak abre caminho a "reformas mais rápidas e mais profundas".
"É importante que o diálogo possa ser acelerado, conduzindo a um Governo amplamente representativo que respeite as aspirações (...) do povo" egípcio, acrescentou Ashton.
"O respeito dos direitos humanos e das liberdades fundamentais é essencial. Todos os abusos devem ser investigados", referiu a chefe da diplomacia europeia.
Casa Branca anuncia declaração de Obama
A Casa Branca anunciou, entretanto, que o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai fazer hoje uma declaração televisiva sobre a demissão do Presidente egípcio.
A declaração está prevista para as 13h30 de Washington (18h30 de Lisboa).
Fonte: sic.on line